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Carequinha computadorizado


Raimundo vivia triste e solitário. Isso porque ele não era como os outros garotos de sua idade (nem das outras idades para ser sincero). Ele tinha os olhos de cores diferentes, o direito era preto e o esquerdo era azul, e se não fosse suficiente ainda tinha a cabeça pelada.
Acho que todos já conhecem esse conto do nosso grande Graciliano Ramos, onde o menino vai parar em Tatipirum, um país idealizado pelo mesmo, no qual todos eram iguais a ele (fisicamente falando) e tudo conspirava a seu favor, desde as laranjeiras abrinrem passagem até o rio juntar suas margens para que pudesse atravessar.

Essa história, que funde o verossímil ao inverossímil, transcorre diariamente com muitos. Pessoas se isolam em seus “mundinhos” fantasiosos por acharem o real complicado, injusto, ou ainda por apenas não corresponder às suas expectativas. E isso se tornou ainda mais fácil e corriqueiro com os novos espaços virtuais como o Second Life.
Sobretudo adultos, e não só crianças e adolescentes como seria de se esperar, usam suas vidas virtuais como escapes para seus problemas. O jogo foi, espero eu, criado para a diversão, mas há pessoas que passam três, quatro, doze horas sendo no utópico o que queriam ser no legítimo.
Não deveriam essas pessoas, assim como em “A terra dos meninos pelados”, serem maduras como uma criança? E no final, voltarem para a realidade?
Sei que para um paraplégico a idéia de andar, para uma pessoa obesa fingir que é magra ou musculosa, ou até para aquele feiozinho do fundo da sua aula de computação se sentir mais bonito, mesmo que por um meio que não exista, ajuda a aumentar a auto-estima. Mesmo o nome dos “bonequinhos”, conhecidos como avatares, colabora para isso, pois, da cultura hindu, avatar representa um deus encarnado em uma pessoa ou em um animal, então seriam os usuários deuses reais encarnados em seres virtuais? Ou ainda deuses virtuais em corpos reais?

Não posso responder essas perguntas ao certo, mas ao falarmos dos usuários “raimundos”, creio que em suas cabeças se sentem bem com suas mentiras, e delas não querem sair tão cedo; mesmo porque sentem-se criaturas irrelevantes para o mundo não fictício.
Os jogos aparecem nesse caso fazendo o papel de um especialista em depressão ou qualquer outro problema que possa ser. Mas mostram-se especialistas incompletos, ou remédios daqueles que só mascaram a dor, pois o problema perdurará podendo até virar algo mais grave.
Devemos então encarar a realidade, ver que o mundo não é maravilhoso e tentar superar nossas dificuldades nem que para isso tenhamos que pedir ajuda. Pois mesmo com tantos vilões, que até parecem monstros saídos da realidade virtual (irônico não?), também existem pessoas prontas para nos auxiliar com “códigos” capazes de tornar nossas difíceis fazes, mais tranqüilas e fáceis.


Neto

Por Oxigenando
Data terça-feira, 6 de novembro de 2007
Horário 21:10
Comentários :
 

 
Anonymous Anônimo :

“Temas que infelizmente já deixaram de ser temas” gostou na minha frase né!?

Acho que sair do real é uma necessidade do ser humano (desnecessária, mas necessidade), uma hora é RPG, depois é um garoto que morre de convulsão por ficar 30 horas jogando CS, depois é um japonês maluco que sai metralhando o povo na escola, e culpam o jogo de guerra. E agora (nem tão “agora” mas tudo bem) o S.L.

Concordo, é deprimente, mas é até mais saudável às vezes, apenas controlar um bonequinho.

É Neto... Amarelinha está démodé.

 
 
Anonymous Anônimo :

Não, o Second Life não foi “criado para a diversão”, foi criado para dar lucro. E como em tudo que é criado para dar lucro, não mediram as conseqüências, e não falo das conseqüências financeiras onde pessoas gastam milhares para personalizar a personagem, falo das comportamentais citadas por você.

Porém, não vejo nesse jogo a causa de uma fuga da realidade, o vejo apenas como uma conseqüência de um problema muito mais grave e de maior amplitude. A falta de estabilidade psicológica aliada a fatores exógenos, leva desde um stress até a uma depressão profunda, dentre outros inúmeros problemas de saúde, e esses, como sabemos, são mais comuns do que se imagina.

Num mundo desses, onde a fraqueza psicológica impera (se descobrirem o motivo, guardem segredo) a fuga da realidade é apenas uma conseqüência a se esperar.

Profissão do futuro: Engenheiro, biólogo...? Não, psicólogo.

 

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