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A vida não é claro, escuro e vultos, mas cores, e tão fortes!


Por muito tempo, não notei essas cores, esse colorido, essa diversidade. Talvez essa tempestade hormonal que acomete meu corpo ou o fato de eu ser do signo de gêmeos tenham me impedido de ver que nem tudo é preto ou branco.

Sempre dividindo as coisas entre boas e más, com uma visão dualista extremamente rígida, esqueci-me do fato de haver outras verdades além da minha. Com isso, julgava e condenava pessoas por atos e palavras, muitas vezes (na grande maioria), o julgado não tinha direito a resposta nem defesa, cabendo à pessoa apenas cair no meu desagrado.

Esse meu dualismo monocrômico, preto e branco, bem e mal, deixou de ser um fato corrente no meu dia-a-dia, quando percebi minha monolateralidade e resolvi mudar. Não que tenha abandonado minha velha forma de ver o mundo de um dia para o outro, mas sim comecei a me policiar e a me vigiar com intenção de ser o mais imparcial e justopossível.

A partir de então, no momento que quis ver as cores do mundo e toda a diversidade que ele oferece, percebi que, por mais que duas pessoas pensem da mesma forma, elas jamais terão opiniões idênticas, pois sempre haverá diferenças de tons, sutis, mas que se olhadas de perto perceptíveis.

Nesse período, em que ia do preto-branco para o multicor, aprendi que, mesmo eu não concordando com uma pessoa em um determinado aspecto, não posso descartá-la como um todo e desvalorizar suas opiniões.

O mundo é colorido, talvez fosse mais fácil se ele fosse preto e branco, porém sem cores ele não teria a mesma graça.


Daniel Sforni

 
 

para os que engoliram gretechen e arrotam vinícius de moraes

Monopólio musical


Um grupo de amigos se reúne na casa de uma menina, colocam uma música para tocar, e entre as músicas está um funk. Nesse exato instante, entra a mãe, uma mulher com seus 30 quase 40 anos, e diz, "no meu tempo, nós ouvíamos música de qualidade: Raul Seixas, Gilberto Gil, Maria Betânia..." e ela está certa. Esses artistas são e foram exemplos de pessoas e uma boa influência musical para aquela época e as seguintes.

Como disse, ela estava certa, até aquele ponto, depois de um discurso coerente e plenamente aceitável, ela continuou, “mas o que se ouve hoje em dia? Só funk, só funk..." e saiu resmungando essas palavras.
Agora eu pergunto a vocês: atualmente, no cenário musical brasileiro, há somente o funk?
E, antigamente, só havia cantores bons e politicamente conscientes?
É comum ouvirmos críticas como essa, constantemente, e o que mais espanta é que não é possível saber se o comentário foi algo sem pensar ou se a pessoa tem uma memória seletiva e só lembra do que quer lembrar.

Essa mãe foi da época em que a Vanderlei saía dos holofotes e as estrelas principais eram a Gretchen e Rita Cadilaque, e em um passe de mágica ela esqueceu o "konga la konga" que embalava as festas de sua época e só se lembrou de Caetano Veloso.
Assim como naquela época existiam musicas inteligíveis e músicas para se dançar, hoje, ocorre o mesmo: temos de um lado Marisa Monte e o seu novo-samba, Ana Carolina com sua garganta e Ivete Sangalo com sua mistura musical de muito bom gosto, do outro, a batida do funk com o seu "chão,chão, chão..." e suas letras um tanto quanto eróticas.

Pela diversidade musical brasileira é que digo, o tempo selecionará o que for bom, o que for "ouvivel", por isso não sacrifiquem a musica brasileira dizendo que só o que se ouve é funk, pois o funk não detém o monopólio musical brasileiro.

Daniel Sforni

 
 

Olívia Calderon

Como breve introdução do que virá a ser um acervo de textos, gostaria de deixar clara minha posição:

Escreverei pelo puro prazer de escrever, pelo puro prazer de contra argumentar; por isso gostaria de dizer que nem tudo que escrever aqui é de acordo com minha real opinião, ou, se for, quero evitar qualquer tipo de pré-julgamento do texto por alguém que me conheça, ou qualquer pré-julgamento de mim por alguém que conheça meus textos.

Até mesmo em prol da liberdade, é que resolvi adotar o pseudônimo de Olívia Calderon.


Gostaria de iniciar com um tema que infelizmente já deixou de ser polemico, que, infelizmente, já deixou até de ser tema; mas fuçando nos arquivos do word, achei algo que eu, como cidadão, tenho a obrigação moral de publicar.

Play the funky music white boy


Qual é a primeira coisa que vem à cabeça quando ouvimos a palavra funk?

Talvez se soubermos que esse nome tem origem de um adjetivo norte-americano que diz respeito ao cheiro emitido em uma relação sexual, seria mais fácil defini-lo. Se bem que é só ir a um baile funk pra descobrir o porquê do uso dessa palavra.

A origem da palavra, bem como o estilo musical, seria irrelevante não fosse o estouro no Brasil nos últimos anos.

Mas antes de analisarmos o funk no cenário nacional, é importante frisar sua origem nos EUA, onde, desde antes dos anos 50 já aparecia embutido dentro de outros estilos, e foi nos anos 60, que se desvinculou da soul music, recebendo cada vez mais influências de outros estilos como jazz, R&B, rock, rap e musica psicodélica.

Agora nos perguntamos, o que aconteceu com sua maior marca, que era a moderna forma de usar a guitarra e o baixo, do tempo em que James Brown embalava o negro americano com seu esplêndido ballet e seus novos e ousados ritmos.

Hoje, o que marca o funk com certeza não é sua qualidade instrumental, até mesmo porque quase que a totalidade das músicas se dá pela repetição de uma “batida” tão ritmada quanto tambores tupinambás.

A dança, seria adequada a um livreto de bolso, ou à complementação do já conhecido Kama Sutra.

Resta-nos então, analisar as polêmicas letras; estas sim dignas de caracterizar o funk. Letras que variam muito: “horas no chão, horas descendo até ele”.

Os temas quase sempre relativos a sexo e ao uso de drogas, nos fazem pensar sobre o rumo que o país vem tomando. Não podemos dizer que as músicas refletem exatamente o meio em que ela se insere, mas sim a visão do autor sobre esse meio.

Quando o brasileiro se orgulhava do país, fazia letras dizendo isso; tomemos como exemplo os muitos sambas que insistiam no tema da “cidade maravilhosa” que era o Rio de Janeiro. Já hoje, o brasileiro vê o país na maneira expressa nas “pseudo-letras” dos funks, e o pior é que isso ocorre de maneira espontânea, em vista que a maioria das letras é feita apenas pela observação diária de seus autores, sem qualquer estudo mais aprofundado.

Meu Deus, não consegui tirar minha opinião pessoal do que nasceu para ser apenas um texto informativo, mas não sou prepotente ao ponto de fazer uma conclusão, deixo-a por conta do leitor.

Ps.: Não resisiti:
Sempre se fez e sempre se vai fazer música ruim, resta-nos apenas esperar o sábio tempo apagar as atuais de nossas mentes, assim como apagou os embalos de Gretchen; torcer para que o tempo selecione as poucas músicas de qualidade que ainda nos restam; ou melhor, torcer para que haja música a ser selecionada.


Olívia Calderon

Ps2: Nossa!
Não acredito que escrevi isso, bem que minha mãe diz que eu adorava arranjar briga com as outras crianças na escola. E olha que com funkero é perigoso mexer em.
Mas está aí. Não podia deixar de ressuscitar esse texto, espero pelos comentários.

 
 

Volta ao parnasianismo

Após anos de sua passagem entre nós, os critérios parnasianos ganharam e vêm ganhando forças para ressurgir das cinzas. Por muito tempo, eles passaram despercebidos, ou apenas ignorados, pela maioria. Porém, com a presença dos vestibulares como forma de admissão de estudantes nas faculdades, esses padrões estão virando costume para muitos jovens.

Não que os critérios de escrita da época academicista brasileira sejam errôneos ou falhos, apenas exagerados, ditatoriais. Mas é isso que as provas qualificatórias das universidades vêm fazendo. As avaliações de redação são muito meticulosas, cheias de regras, e os colégios, por estarem preocupados com a aprovação de seus alunos, ensinam-lhes a redigir textos com tais formas.

Constrói-se então uma sociedade com viseiras, na qual as pessoas sabem somente escrever com as formas metrificadas que utilizavam para redações colegiais. Isso causa o estagnamento das possibilidades, pois onde se poderiam descobrir grandes e ousados escritores, como no modernismo com suas obras brilhantes, encontramos apenas autores comuns e medrosos, aterrorizados com a simples idéia de escrever um “você” em suas linhas.

Amplo passa a ser o foco dos novos escritores para com as regras, que mesmo nas horas de escrever pelo simples e puro prazer de escrever, não conseguem expressar seus sentimentos da forma mais pura e real. Pois as idéias, que voam pelas nossas cabeças, não têm formas estruturais e nem estão presas a normas, elas são livres assim como deveriam ser no papel.

Osvaldo Neto

 
 

Editorial Oxigenando

Por muito tempo a idéia de escrever um jornal vem martelando a cabeça de seu primeiro idealizador. A proposta foi lançada ao grupo durante uma festa. Todos gostaram. Só restou uma duvida: “e o nome?”. Foi ai que “fudeu de vez”, ficamos horas, dias, meses... Tudo pra achar o nome ideal.

OXIGENANDO. Foi esse o nome que escolhemos. Não sabemos se é o melhor, mas foi o melhor que conseguimos (há ainda alguns que não gostam... Estorvos!).
Apesar de haver controvérsias, acreditamos que esse nome representa de maneira clara nossos objetivos.
Oxigenar idéias, conceitos, levar as pessoas a pensar, essa é a nossa proposta principal.
Há também propostas secundárias que acompanham a oxigenação, a liberdade de expressão (ou espreção, o importante é expressar-se). A liberdade é por nós prezada tanto na forma quanto no campo das idéias.
A fuga do “teen” é uma de nossas metas, a juventude massificada, talvez seja essa a nossa maior “birra”.

Inovar, oxigenar, pensar. Essas são nossas palavras de ordem na tentativa de mudar o mundo e a nós mesmos (clichê? Pode até ser, mas a liberdade é uma prioridade, se cremos que ele diz o que queremos dizer, por que não?).
Talvez quem ler nossos textos gostem, talvez não. Nossas opiniões serão expressas e isso já nos basta, é claro que adoraríamos encontrar pessoas que pensam, sejam esses pensamentos contra ou a favor do que cremos e escrevemos (e queremos nos comunicar com essas pessoas).
Para terminar, lá vai mais um chavão (esse é bruto): “posso não concordar com o que você diz, mas lutarei eternamente pelo seu direito de falar” (acho que é mais ou menos assim).
Pense, inove, liberte-se, diga, contradiga, OXIGENE.
(Se não quiser não faça, aqui você pode!).


Daniel Sforni